domingo, 8 de janeiro de 2012

Núncio no Brasil: "Juventude é centro das atenções da Igreja"




O pontificado de Bento XVI é marcado pela fé e por sua capacidade de anunciar com clareza, nos tempos de hoje, a palavra de Deus e Cristo Jesus na história. É isso que indica o Núncio Apostólico no Brasil, dom Lorenzo Baldisseri, segundo o qual, "a juventude estará cada vez mais no centro das atenções da Igreja no mundo."

A mensagem do Papa para o Dia Mundial da Paz 2012 (1º de janeiro) tem como tema 'Educar os jovens para a justiça e a paz', e os jovens levarão essa mensagem durante todo o ano. Nesse sentido, o Brasil se sente particularmente estimulado desde que os jovens receberam, em agosto passado, a Cruz e o Ícone de Nossa Senhora para preparar a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) no Brasil, no Rio de Janeiro, em julho de 2013" - afirma, entrevistado pela Canção Nova.

A experiência dos mais de 2 milhões de jovens reunidos para a JMJ 2011 em Madri foi um sinal claro e uma garantia de que os jovens são o futuro da sociedade e da Igreja.

"Este ano, então, será dedicado a eles. Educar os jovens para a justiça e a paz significa que estes jovens levarão a todo o Brasil, a toda a parte, a mensagem da Cruz de Cristo, que é sinal de paz, apesar de todas as dificuldades que os cristãos hoje enfrentam em várias partes do mundo. A cruz não é sinal de morte e de tristeza, mas de triunfo. Através desta mensagem, podemos chegar à felicidade. E isso os jovens compreendem bem, pois têm facilidade para sonhar, ter grandes ideais, e são aqueles que efetivamente levam adiante a humanidade" - destaca dom Lorenzo.

A JMJ foi destaque no discurso em que o Santo Padre apresentou os votos de Feliz Natal à Cúria Romana e fez um balanço da atividade da Igreja ao longo deste ano.

Além disso, Bento XVI cumpriu uma série de viagens internacionais: Croácia, Madri, Alemanha e Benin. Na Itália, esteve em Veneza, San Marino, Ancona e Calábria. E convocou o Ano da Fé, que começa em outubro de 2012 e segue até outubro de 2013.

                                                                         FONTE: http://jmissionaria.blogspot.com/


sexta-feira, 6 de janeiro de 2012


Ministro do Turismo fala sobre a JMJ Rio 2013





De 23 a 28 de julho de 2013, jovens de todo o mundo estarão reunidos na cidade do Rio de Janeiro (RJ) para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que pela primeira vez vem ao Brasil. Essa é a oportunidade dos jovens reforçarem os laços da fé através de palestras, adorações, e, claro, de um encontro com o papa Bento XVI.
Desde o anúncio da Cidade Maravilhosa como sede do evento, a arquidiocese do Rio de Janeiro se prepara para acolher os jovens e também foca a divulgação desse encontro mundial. Já foram feitos concursos para a escolha da logomarca e do hino da Jornada e, além disso, o “Embaixador” da JMJ Rio 2013, o Cristo Redentor, irá percorrer os continentes em uma exposição itinerante.
Os órgãos públicos também se preparam para a Jornada. Para o ministro do Turismo, Gastão Vieira, a JMJ é um estimulante para o Turismo. Ele afirmou que é necessário preparar o Brasil como destino, de uma forma sustentável.
“Nosso objetivo é preparar todo o país como destino turístico, de forma sustentável, e levar em consideração os grandes eventos dos próximos anos de forma integrada. Para isso, o Ministério do Turismo trabalha para melhorar a infraestrutura turística no Brasil, a divulgação dos nossos atrativos no exterior e a promoção do turismo doméstico. As ações da pasta têm sido reforçadas em todas as regiões brasileiras, potencializando o que cada uma tem de melhor para oferecer aos visitantes. Dessa forma, destinos além das capitais estão desenvolvendo sua cadeia turística, para que os visitantes se sintam acolhidos e dispostos a retornar ao país em viagens futuras”, disse o ministro.
Ainda de acordo com o ministro Gastão Vieira, pelo menos dois milhões de pessoas devem participar da Jornada, que contará também com as novas tecnologias para divulgar o Brasil no exterior.
“O evento oferecerá uma oportunidade fantástica de exposição turística do nosso país no exterior, especialmente aos jovens, que pela relação que têm com as novas tecnologias, como as redes sociais, serão os grandes ‘divulgadores’ do Brasil em seus países. Calculamos que pelo menos dois milhões de pessoas participem do evento, entre brasileiros e estrangeiros, o que terá grande impacto na economia do Rio de Janeiro e de outros estados”, afirmou.
O ministro garantiu que o Rio de Janeiro tem estrutura para acolher todos os peregrinos, graças à tradição de acolher grandes eventos. “O Rio de Janeiro tem vocação natural para receber um grande número de turistas de todas as partes do mundo. A tradição na preparação dos grandes eventos – como a festa de Réveillon e o Carnaval – e a eficiência da atual política de segurança pública ratificam a competência da cidade para a realização de encontros como a Jornada Mundial da Juventude”, ponderou.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012


150 ANOS DA MORTE DE PAULINA JARICOT


  
Os diretores nacionais das Pontifícias Obras Missionárias POM, do continente americano, decidiram a celebração de uma ano dedicado à Paulina Maria Jaricot, de 9 de janeiro de 2010 a 9 de janeiro de 2011. Este tempo tem como objetivo o aprofundamento da vida e o reforço de nossa identidade de discípulos missionários por meio do exemplo desta jovem leiga, fundadora da Pontifícia Obra da Propagação da Fé, proclamada venerável pelo Papa João XXIII em 25 de fevereiro de 1963. Este ano dedicado à Paulina Jaricot se propõe "retomar o fervor espiritual e conservar a doce alegria de evangelizar, também quando precisa semear com as lágrimas". Agora, em 2012, no dia 9 de Janeiro, lembramos os 150 anos da morte desta venerável mulher.

                                                                                 Fonte:http://jmpaulinajaricot.blogspot.com

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Intenção Missionária de Janeiro de 2012 PDF Imprimir E-mail



"Para que o compromisso dos cristãos em favor da paz seja ocasião para testemunhar o nome de Cristo a todos os homens de boa vontade" - Comentário à Intenção Missionária de janeiro de 2012
Cidade do Vaticano (Agência Fides) – Com o amor, a paz é talvez uma das palavras mais usadas e distorcidas na nossa linguagem. Numa cultura que tenta deixar Deus fora de qualquer ambiente, a paz é apresentada como uma conquista humana, esquecendo que se trata de um dom de Deus, fruto da Redenção realizada por Cristo.
Todavia, é verdade que, mesmo sendo dom de Deus, os homens devem buscar a paz, devem preparar a estrada para a paz. Por isso, o Santo Padre Bento XVI estabeleceu como tema para o Dia Mundial da Paz 2012, “Educar os jovens à justiça e à paz", porque ele tem certeza de que os jovens, com seu entusiasmo e sua paixão pelos ideais, podem oferecer ao mundo uma nova esperança.
Bento XVI destacou que se deve transmitir aos jovens o apreço pelo valor positivo da vida, infundindo neles o desejo de vivê-la a serviço do bem.
Um dos aspectos que mais necessitam de uma reforma na situação atual é a educação. Uma antropologia centralizada sobre si mesma, e que esquece a dimensão sobrenatural do homem, não pode realizar uma educação completa. Esta visão parcial produz uma educação que esquece os aspectos mais essenciais do ser humano, provenientes do seu chamado à união com Deus. O Santo Padre recordou a grandeza e o sentido da verdadeira educação: a educação é a aventura mais fascinante e difícil da vida. Este processo se nutre do encontro de duas liberdades, a do adulto e a do jovem. Requer a responsabilidade do discípulo, que deve estar disposto a deixar-se guiar ao conhecimento da realidade, e a do educador, que deve estar disposto a doar a si mesmo. Por isso, é mais necessário do que nunca ter testemunhas autênticas, e não simples fornecedores de regras ou de informações; testemunhas que saibam ver mais longe do que os outros, para que sua vida abrace espaços mais amplos. A testemunha é o primeiro a viver no modo que propõe.
Um âmbito educativo de primária importância é a família. Deve ser a primeira escola em que se recebe a educação à justiça e à paz. Os pais devem encorajar os filhos com o exemplo de suas vidas, para que depositem sua esperança antes de tudo em Deus, o único do qual provêm a justiça e a paz autênticas.
Os fiéis em Cristo devem ser verdadeiras testemunhas da paz de Cristo, uma paz que vem das suas chagas gloriosas. Aquele que vive em Cristo se torna um homem de paz, uma pessoa que leva a todos os lugares a paz que superabunda no seu coração para a misericórdia de Deus.
Cristo veio ao mundo como um pequeno Menino. Não quis vir entre nós para impor a força da sua potência. Expressou a sua glória através da pequenez e da humildade da fraqueza da sua carne. Ele vem como Deus guerreiro, mas, ao mesmo tempo, é o Príncipe de Paz. Cristo é a nossa paz. A missão é o anúncio de Cristo, da sua pessoa, da sua obra salvífica. Apresentá-Lo significa oferecer ao mundo o dom mais sublime, o dom da paz.

                     A Juventude Missionária do Brasil olha para o futuro


No final da quarta Assembleia nacional da Pontifícia Obra da Propagação da Fé e da Juventude Missionária (JM), realizada na sede da Direção Nacional das Pontifícias Obras Missionárias (POM), em Brasília, com a participação dos representantes de todos os estados do país, a Direção nacional das POM enviou à Agência Fides uma nota com as principais conclusões.

Entre as diversas decisões tomadas, a jovem Sara Guerra, coordenadora da JM no Ceará, representará a Juventude Missionária da Comissão para a Juventude da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), no Cone Sul. De 8 a 15 de maio, João Guilherme, do Paraná, junto a outro jovem, representará a Juventude Missionária do Brasil nas Missões do Paraguai, um evento que se celebra todos os anos neste país.

Para a Jornada Mundial da Juventude de 2013, que se realizará no Rio de Janeiro, foram nomeados alguns responsáveis para organizar o aspecto missionário do evento. Foi estudada uma proposta da JM para o tema e o slogan para a campanha Missionária 2013: "Juventude em missão" e o slogan "Ide e fazei discípulos todos os povos" (Mateus 28:19), o mesmo da Jornada Mundial da Juventude 2013. A proposta será apresentada à Direção nacional das POM. Outra decisão importante foi alargar os destinatários do material relativo à JM: enquanto no início era dirigido aos jovens entre os 15 e os 25 anos, agora será dos 15 aos 30 anos, adequando-se às indicações das Nações Unidas (ONU) segundo as quais são considerados jovens as pessoas incluídas nesta faixa de idade.

O Secretário Nacional da Pontifícia Obra de Propagação da Fé e JM, Padre Marcelo Gualberto, disse sobre a Assembleia: "Foi um evento muito positivo, com a participação de muitos jovens em sua primeira experiência, mas com uma bagagem missionária muito grande. Vivemos uma experiência muito rica, com contribuições muito preciosas, como a do Arcebispo de Brasília, Dom Sergio da Rocha, e a palestra do padre Savio Corinaldesi".
 
                                                                   FONTE: http://jmissionaria.blogspot.com

domingo, 1 de janeiro de 2012

No dia 1º de janeiro, o Papa Bento XVI, dirige ao mundo uma mensagem pela Jornada Mundial da Paz. A publicação desta mensagem, no entanto, foi realizada no dia da Imaculada Conceição, dia 8 de dezembro.
Leia a mensagem:
MENSAGEM DE SUA SANTIDADE
BENTO XVI
PARA A CELEBRAÇÃO DO
XLV DIA MUNDIAL DA PAZ

1 DE JANEIRO DE 2012

EDUCAR OS JOVENS PARA A JUSTIÇA E A PAZ

1. O INÍCIO DE UM NOVO ANO, dom de Deus à humanidade, induz-me a desejar a todos, com grande confiança e estima, de modo especial que este tempo, que se abre diante de nós, fique marcado concretamente pela justiça e a paz.

Com qual atitude devemos olhar para o novo ano? No salmo 130, encontramos uma imagem muito bela. O salmista diz que o homem de fé aguarda pelo Senhor « mais do que a sentinela pela aurora » (v. 6), aguarda por Ele com firme esperança, porque sabe que trará luz, misericórdia, salvação. Esta expectativa nasce da experiência do povo eleito, que reconhece ter sido educado por Deus a olhar o mundo na sua verdade sem se deixar abater pelas tribulações. Convido-vos a olhar o ano de 2012 com esta atitude confiante. É verdade que, no ano que termina, cresceu o sentido de frustração por causa da crise que aflige a sociedade, o mundo do trabalho e a economia; uma crise cujas raízes são primariamente culturais e antropológicas. Quase parece que um manto de escuridão teria descido sobre o nosso tempo, impedindo de ver com clareza a luz do dia.

Mas, nesta escuridão, o coração do homem não cessa de aguardar pela aurora de que fala o salmista. Esta expectativa mostra-se particularmente viva e visível nos jovens; e é por isso que o meu pensamento se volta para eles, considerando o contributo que podem e devem oferecer à sociedade. Queria, pois, revestir a Mensagem para o XLV Dia Mundial da Paz duma perspectiva educativa: « Educar os jovens para a justiça e a paz », convencido de que eles podem, com o seu entusiasmo e idealismo, oferecer uma nova esperança ao mundo.

A minha Mensagem dirige-se também aos pais, às famílias, a todas as componentes educativas, formadoras, bem como aos responsáveis nos diversos âmbitos da vida religiosa, social, política, económica, cultural e mediática. Prestar atenção ao mundo juvenil, saber escutá-lo e valorizá-lo para a construção dum futuro de justiça e de paz não é só uma oportunidade mas um dever primário de toda a sociedade.

Trata-se de comunicar aos jovens o apreço pelo valor positivo da vida, suscitando neles o desejo de consumá-la ao serviço do Bem. Esta é uma tarefa, na qual todos nós estamos, pessoalmente, comprometidos.

As preocupações manifestadas por muitos jovens nestes últimos tempos, em várias regiões do mundo, exprimem o desejo de poder olhar para o futuro com fundada esperança. Na hora actual, muitos são os aspectos que os trazem apreensivos: o desejo de receber uma formação que os prepare de maneira mais profunda para enfrentar a realidade, a dificuldade de formar uma família e encontrar um emprego estável, a capacidade efectiva de intervir no mundo da política, da cultura e da economia contribuindo para a construção duma sociedade de rosto mais humano e solidário.

É importante que estes fermentos e o idealismo que encerram encontrem a devida atenção em todas  as componentes da sociedade. A Igreja olha para os jovens com esperança, tem confiança neles e encoraja-os a procurarem a verdade, a defenderem o bem comum, a possuírem perspectivas abertas sobre o mundo e olhos capazes de ver « coisas novas » (Is 42, 9; 48, 6).

Os responsáveis da educação

2. A educação é a aventura mais fascinante e difícil da vida. Educar – na sua etimologia latina educere – significa conduzir para fora de si mesmo ao encontro da realidade, rumo a uma plenitude que faz crescer a pessoa. Este processo alimenta-se do encontro de duas liberdades: a do adulto e a do jovem. Isto exige a responsabilidade do discípulo, que deve estar disponível para se deixar guiar no conhecimento da realidade, e a do educador, que deve estar disposto a dar-se a si mesmo. Mas, para isso, não bastam meros dispensadores de regras e informações; são necessárias testemunhas autênticas, ou seja, testemunhas que saibam ver mais longe do que os outros, porque a sua vida abraça espaços mais amplos. A testemunha é alguém que vive, primeiro, o caminho que propõe.

E quais são os lugares onde amadurece uma verdadeira educação para a paz e a justiça? Antes de mais nada, a família, já que os pais são os primeiros educadores. A família é célula originária da sociedade. « É na família que os filhos aprendem os valores humanos e cristãos que permitem uma convivência construtiva e pacífica. É na família que aprendem a solidariedade entre as gerações, o respeito pelas regras, o perdão e o acolhimento do outro ».[1] Esta é a primeira escola, onde se educa para a justiça e a paz.

Vivemos num mundo em que a família e até a própria vida se vêem constantemente ameaçadas e, não raro, destroçadas. Condições de trabalho frequentemente pouco compatíveis com as responsabilidades familiares, preocupações com o futuro, ritmos frenéticos de vida, emigração à procura dum adequado sustentamento se não mesmo da pura sobrevivência, acabam por tornar difícil a possibilidade de assegurar aos filhos um dos bens mais preciosos: a presença dos pais; uma presença, que permita compartilhar de forma cada vez mais profunda o caminho para se poder transmitir a experiência e as certezas adquiridas com os anos – o que só se torna viável com o tempo passado juntos. Queria aqui dizer aos pais para não desanimarem! Com o exemplo da sua vida, induzam os filhos a colocar a esperança antes de tudo em Deus, o único de quem surgem justiça e paz autênticas.

Quero dirigir-me também aos responsáveis das instituições com tarefas educativas: Velem, com grande sentido de responsabilidade, por que seja respeitada e valorizada em todas as circunstâncias a dignidade de cada pessoa. Tenham a peito que cada jovem possa descobrir a sua própria vocação, acompanhando-o para fazer frutificar os dons que o Senhor lhe concedeu. Assegurem às famílias que os seus filhos não terão um caminho formativo em contraste com a sua consciência e os seus princípios religiosos.

Possa cada ambiente educativo ser lugar de abertura ao transcendente e aos outros; lugar de diálogo, coesão e escuta, onde o jovem se sinta valorizado nas suas capacidades e riquezas interiores e aprenda a apreciar os irmãos. Possa ensinar a saborear a alegria que deriva de viver dia após dia a caridade e a compaixão para com o próximo e de participar activamente na construção duma sociedade mais humana e fraterna.

Dirijo-me, depois, aos responsáveis políticos, pedindo-lhes que ajudem concretamente as famílias e as instituições educativas a exercerem o seu direito-dever de educar. Não deve jamais faltar um adequado apoio à maternidade e à paternidade. Actuem de modo que a ninguém seja negado o acesso à instrução e que as famílias possam escolher livremente as estruturas educativas consideradas mais idóneas para o bem dos seus filhos. Esforcem-se por favorecer a reunificação das famílias que estão separadas devido à necessidade de encontrar meios de subsistência. Proporcionem aos jovens uma imagem transparente da política, como verdadeiro serviço para o bem de todos.

Não posso deixar de fazer apelo ainda ao mundo dos media para que prestem a sua contribuição educativa. Na sociedade actual, os meios de comunicação de massa têm uma função particular: não só informam, mas também formam o espírito dos seus destinatários e, consequentemente, podem concorrer notavelmente para a educação dos jovens. É importante ter presente a ligação estreitíssima que existe entre educação e comunicação: de facto, a educação realiza-se por meio da comunicação, que influi positiva ou negativamente na formação da pessoa.

Também os jovens devem ter a coragem de começar, eles mesmos, a viver aquilo que pedem a quantos os rodeiam. Que tenham a força de fazer um uso bom e consciente da liberdade, pois cabe-lhes em tudo isto uma grande responsabilidade: são responsáveis pela sua própria educação e formação para a justiça e a paz.

Educar para a verdade e a liberdade

3. Santo Agostinho perguntava-se: « Quid enim fortius desiderat anima quam veritatem – que deseja o homem mais intensamente do que a verdade? ».[2] O rosto humano duma sociedade depende muito da contribuição da educação para manter viva esta questão inevitável. De facto, a educação diz respeito à formação integral da pessoa, incluindo a dimensão moral e espiritual do seu ser, tendo em vista o seu fim último e o bem da sociedade a que pertence. Por isso, a fim de educar para a verdade, é preciso antes de mais nada saber que é a pessoa humana, conhecer a sua natureza. Olhando a realidade que o rodeava, o salmista pôs-se a pensar: « Quando contemplo os céus, obra das vossas mãos, a lua e as estrelas que Vós criastes: que é o homem para Vos lembrardes dele, o filho do homem para com ele Vos preocupardes? » (Sal 8, 4-5). Esta é a pergunta fundamental que nos devemos colocar: Que é o homem? O homem é um ser que traz no coração uma sede de infinito, uma sede de verdade – não uma verdade parcial, mas capaz de explicar o sentido da vida –, porque foi criado à imagem e semelhança de Deus. Assim, o facto de reconhecer com gratidão a vida como dom inestimável leva a descobrir a dignidade profunda e a inviolabilidade própria de cada pessoa. Por isso, a primeira educação consiste em aprender a reconhecer no homem a imagem do Criador e, consequentemente, a ter um profundo respeito por cada ser humano e ajudar os outros a realizarem uma vida conforme a esta sublime dignidade. É preciso não esquecer jamais que « o autêntico desenvolvimento do homem diz respeito unitariamente à totalidade da pessoa em todas as suas dimensões »,[3] incluindo a transcendente, e que não se pode sacrificar a pessoa para alcançar um bem particular, seja ele económico ou social, individual ou colectivo.

Só na relação com Deus é que o homem compreende o significado da sua liberdade, sendo tarefa da educação formar para a liberdade autêntica. Esta não é a ausência de vínculos, nem o império do livre arbítrio; não é o absolutismo do eu. Quando o homem se crê um ser absoluto, que não depende de nada nem de ninguém e pode fazer tudo o que lhe apetece, acaba por contradizer a verdade do seu ser e perder a sua liberdade. De facto, o homem é precisamente o contrário: um ser relacional, que vive em relação com os outros e sobretudo com Deus. A liberdade autêntica não pode jamais ser alcançada, afastando-se d’Ele.

A liberdade é um valor precioso, mas delicado: pode ser mal entendida e usada mal. « Hoje um obstáculo particularmente insidioso à acção educativa é constituído pela presença maciça, na nossa sociedade e cultura, daquele relativismo que, nada reconhecendo como definitivo, deixa como última medida somente o próprio eu com os seus desejos e, sob a aparência da liberdade, torna-se para cada pessoa uma prisão, porque separa uns dos outros, reduzindo cada um a permanecer fechado dentro do próprio “eu”. Dentro de um horizonte relativista como este, não é possível, portanto, uma verdadeira educação: sem a luz da verdade, mais cedo ou mais tarde cada pessoa está, de facto, condenada a duvidar da bondade da sua própria vida e das relações que a constituem, da validez do seu compromisso para construir com os outros algo em comum ».[4]

Por conseguinte o homem, para exercer a sua liberdade, deve superar o horizonte relativista e conhecer a verdade sobre si próprio e a verdade acerca do que é bem e do que é mal. No íntimo da consciência, o homem descobre uma lei que não se impôs a si mesmo, mas à qual deve obedecer e cuja voz o chama a amar e fazer o bem e a fugir do mal, a assumir a responsabilidade do bem cumprido e do mal praticado.[5] Por isso o exercício da liberdade está intimamente ligado com a lei moral natural, que tem carácter universal, exprime a dignidade de cada pessoa, coloca a base dos seus direitos e deveres fundamentais e, consequentemente, da convivência justa e pacífica entre as pessoas.

Assim o recto uso da liberdade é um ponto central na promoção da justiça e da paz, que exigem a cada um o respeito por si próprio e pelo outro, mesmo possuindo um modo de ser e viver distante do meu. Desta atitude derivam os elementos sem os quais paz e justiça permanecem palavras desprovidas de conteúdo: a confiança recíproca, a capacidade de encetar um diálogo construtivo, a possibilidade do perdão, que muitas vezes se quereria obter mas sente-se dificuldade em conceder, a caridade mútua, a compaixão para com os mais frágeis, e também a prontidão ao sacrifício.

Educar para a justiça

4. No nosso mundo, onde o valor da pessoa, da sua dignidade e dos seus direitos, não obstante as proclamações de intentos, está seriamente ameaçado pela tendência generalizada de recorrer exclusivamente aos critérios da utilidade, do lucro e do ter, é importante não separar das suas raízes transcendentes o conceito de justiça. De facto, a justiça não é uma simples convenção humana, pois o que é justo determina-se originariamente não pela lei positiva, mas pela identidade profunda do ser humano. É a visão integral do homem que impede de cair numa concepção contratualista da justiça e permite abrir também para ela o horizonte da solidariedade e do amor.[6]

Não podemos ignorar que certas correntes da cultura moderna, apoiadas em princípios económicos racionalistas e individualistas, alienaram das suas raízes transcendentes o conceito de justiça, separando-o da caridade e da solidariedade. Ora « a “cidade do homem” não se move apenas por relações feitas de direitos e de deveres, mas antes e sobretudo por relações de gratuidade, misericórdia e comunhão. A caridade manifesta sempre, mesmo nas relações humanas, o amor de Deus; dá valor teologal e salvífico a todo o empenho de justiça no mundo ».[7]

« Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados » (Mt 5, 6). Serão saciados, porque têm fome e sede de relações justas com Deus, consigo mesmo, com os seus irmãos e irmãs, com a criação inteira.

Educar para a paz

5. « A paz não é só ausência de guerra, nem se limita a assegurar o equilíbrio das forças adversas. A paz não é possível na terra sem a salvaguarda dos bens das pessoas, a livre comunicação entre os seres humanos, o respeito pela dignidade das pessoas e dos povos e a prática assídua da fraternidade ».[8] A paz é fruto da justiça e efeito da caridade. É, antes de mais nada, dom de Deus. Nós, os cristãos, acreditamos que a nossa verdadeira paz é Cristo: n’Ele, na sua Cruz, Deus reconciliou consigo o mundo e destruiu as barreiras que nos separavam uns dos outros (cf. Ef 2, 14-18); n’Ele, há uma única família reconciliada no amor.

A paz, porém, não é apenas dom a ser recebido, mas obra a ser construída. Para sermos verdadeiramente artífices de paz, devemos educar-nos para a compaixão, a solidariedade, a colaboração, a fraternidade, ser activos dentro da comunidade e solícitos em despertar as consciências para as questões nacionais e internacionais e para a importância de procurar adequadas modalidades de redistribuição da riqueza, de promoção do crescimento, de cooperação para o desenvolvimento e de resolução dos conflitos. « Felizes os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus » – diz Jesus no sermão da montanha (Mt 5, 9).

A paz para todos nasce da justiça de cada um, e ninguém pode subtrair-se a este compromisso essencial de promover a justiça segundo as respectivas competências e responsabilidades. De forma particular convido os jovens, que conservam viva a tensão pelos ideais, a procurarem com paciência e tenacidade a justiça e a paz e a cultivarem o gosto pelo que é justo e verdadeiro, mesmo quando isso lhes possa exigir sacrifícios e obrigue a caminhar contracorrente.

Levantar os olhos para Deus

6. Perante o árduo desafio de percorrer os caminhos da justiça e da paz, podemos ser tentados a interrogar-nos como o salmista: « Levanto os olhos para os montes, de onde me virá o auxílio? » (Sal 121, 1).

A todos, particularmente aos jovens, quero bradar: « Não são as ideologias que salvam o mundo, mas unicamente o voltar-se para o Deus vivo, que é o nosso criador, o garante da nossa liberdade, o garante do que é deveras bom e verdadeiro (…), o voltar-se sem reservas para Deus, que é a medida do que é justo e, ao mesmo tempo, é o amor eterno. E que mais nos poderia salvar senão o amor? ».[9] O amor rejubila com a verdade, é a força que torna capaz de comprometer-se pela verdade, pela justiça, pela paz, porque tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta (cf. 1 Cor 13, 1-13).

Queridos jovens, vós sois um dom precioso para a sociedade. Diante das dificuldades, não vos deixeis invadir pelo desânimo nem vos abandoneis a falsas soluções, que frequentemente se apresentam como o caminho mais fácil para superar os problemas. Não tenhais medo de vos empenhar, de enfrentar a fadiga e o sacrifício, de optar por caminhos que requerem fidelidade e constância, humildade e dedicação.

Vivei com confiança a vossa juventude e os anseios profundos que sentis de felicidade, verdade, beleza e amor verdadeiro. Vivei intensamente esta fase da vida, tão rica e cheia de entusiasmo.

Sabei que vós mesmos servis de exemplo e estímulo para os adultos, e tanto mais o sereis quanto mais vos esforçardes por superar as injustiças e a corrupção, quanto mais desejardes um futuro melhor e vos comprometerdes a construí-lo. Cientes das vossas potencialidades, nunca vos fecheis em vós próprios, mas trabalhai por um futuro mais luminoso para todos. Nunca vos sintais sozinhos! A Igreja confia em vós, acompanha-vos, encoraja-vos e deseja oferecer-vos o que tem de mais precioso: a possibilidade de levantar os olhos para Deus, de encontrar Jesus Cristo – Ele que é a justiça e a paz.

Oh vós todos, homens e mulheres, que tendes a peito a causa da paz! Esta não é um bem já alcançado mas uma meta, à qual todos e cada um deve aspirar. Olhemos, pois, o futuro com maior esperança, encorajemo-nos mutuamente ao longo do nosso caminho, trabalhemos para dar ao nosso mundo um rosto mais humano e fraterno e sintamo-nos unidos na responsabilidade que temos para com as jovens gerações, presentes e futuras, nomeadamente quanto à sua educação para se tornarem pacíficas e pacificadoras! Apoiado em tal certeza, envio-vos estas refl exões que se fazem apelo: Unamos as nossas forças espirituais, morais e materiais, a fim de « educar os jovens para a justiça e a paz ».

Vaticano, 8 de Dezembro de 2011.

4ª ASSEMBLEIA NACIONAL DA JM
"É A JUVENTUDE MISSIONÁRIA MOSTRANDO SEU AMOR E COMPROMISSO COM A MISSÃO"
Jovens missionários, sempre solidários!!!